quarta-feira, 30 de junho de 2010

Medo

Segredo mesmo não tenho. Mas tenho medo e só medo.
Medo, sim. Puro receio. É medo do dia, da noite, da falta que faz o que nem sei direito.
Medo do ontem do hoje, do mundo. Medo de respirar e não aspirar oxigênio, de viver vagamente numa existência nula. Até mesmo tenho medo de temer.
Esse medo tem estragado meu eu. Estragado em mim o que deveria ser seu. Mas entenda, sem medo eu daria-me facilmente a cada sutil conduzir de qualquer brisa, esvairia-me de graça como águas descendo em riachos. Seria sem querer, eu diria, mas sem medo daria-me na verdade por puro querer.
Entretanto, por esse medo eu morria de medo de amar ainda que amando loucamente como eu amo cada partícula de cada amor que amo demais.
Receio mais que anseio me entregar a seja lá quem ou o que for.
Estremeço ao minha mente cair num arrogante mergulho nas lembranças que álcool nenhum conseguiu apagar.
Medo, meu. Medo de mim.
Medo de você, dos coadjuvantes da historia da minha vida que caminha em direcção ao fim.
Medo da dor física, temporária, psicológica ou natural.
Medo por medo que travou meus passos no espaço do medo.

Eu não tinha o que escrever pois dei férias a minha inspiração e ao pouco talento.
beijos.


Por Psy O.L

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Soneto do teu corpo

Juro beijar teu corpo sem descanso
Como quem sai sem rumo prá viagem.
Vou te cruzar sem mapa nem bagagem,
Quero inventar a estrada enquanto avanço.

Beijo teus pés, me perco entre teus dedos.
Luzes ao norte, pernas são estradas
Onde meus lábios correm a madrugada
Pra de manhã chegar aos teus segredos.

Como em teus bosques. Bebo nos teus rios.
Entre teus montes, vales escondidos,
Faço fogueiras, choro, canto e danço.

Línguas de lua varrem tua nuca,
Línguas de sol percorrem tuas ruas.
Juro beijar teu corpo sem descanso

- Leoni

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Linda e burra

"A culpa não é minha. Você é quem me corta.
Não sabe o que perde e nem se importa
Se enfeita toda toda pra mim
Mas nunca, nunca tá afim

Eu digo hey! Você é linda, Baby.
Mas é tão burra.

Hey! Você é linda, Baby.
Mas é tão burra

É linda e burra
Bonita, gostosa e burra
Cheirosa, burra."

- Linda e burra - Barão vermelho.

Deve existir uma razão pra tanta beleza não vir acompanhada de nenhuma inteligência plausível.
ai ai...

Beijos ;D

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sabes, os rastros que você marcou
no caminho indeciso de minha vida
Realmente marcou. Ficou.
Feito de tiro, ferida.
E por enquanto esta a amostra
sanguinária de tudo isso
por enquanto esta sangrando o amor
recente que não deu em nada.
E que se dane a rima e tudo mais
Nem falar complicado ou algo assim.
Vou falar no claro
vou falar que esta doendo
que a saudade ta matando
e o ciúme me dilacerando,
que os sonhos que sonho acordada
é com o rosto dela
e que todas essas palavras em tinta azul
são pra ela.
A desgraçada que odeio
que amo e odeio sem mais dicutir
Eu a amo, mas a odeio sem nem ressentir.

Algolagnia sentimental

É como meu corpo e alma gostam de viver.
Revezam-se entre, das lembranças sórdidas a excitação
e da certeza de não mais lhe ter, a depressão.
Sem descanso, pausa ou meio termo.
Vivo somente dessa ciclotimia
entre do sofrer a agonia e pelo meu amor, a zelotipia.
É desses vagos veraneios apaixonados
que tiro como alimento
a moléstia impiedosa insistente em te amar.
É pela cicatriz mal-curada desse amor de viciado
que lanço-me na sensação sádica, infecciosa
de não querer deixar esse doente amor passar.
Uso também, a saudade de você como açoite
pra alimentar a minha algolagnia sentimental
que chega sorrateiramente a noite
e vem se esgueirando numa gota conatural
que corre da tangente dos meus olhos, que a ela dava coite
quando essa pequena se eriçava fugindo de algum mal.
Então entrego-me ao martirizar pessoal de meus atos
e a denegrição de minha imagem fosca e desbotada.
Liberto meu deleite no colchão, entre gritos abafados
enquanto meu corpo lateja no estranho prazer
desesperado, atordoado.
Por fim, alguns fracos soluços quase sem som
precedidos de um ofegar de cansaço
Dão a minha mente o prazer em tom que diz ser bom
amar um alguém que não pertence ao meu abraço.


Por Psy O.L

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Olha lá

- Olha a pequena que sai dos olhos, por efeito físico ou por causa moral, brotando naquele olhar...

Tempo.
- ... Olha a pequena saindo dos olhos brilhosos daquela singela...

Mais um pouco de tempo.
- ... Agora, olha. Esta escorrendo pela pele da morena...

E mais um pouco de tempo.
- ... e caiu no sorriso entre aqueles lábios risonhos, pra molhar de felicidade os dentes daquela trigueira ausente.


WTF, né?!

Por Psy O.L

Dia 17

Abri a agenda e olhei o dia 17 grifado,
rabiscado 'festa'.
Porém a ausente felicidade de hoje,
essa afirmação, contesta.
Hoje não tem festa. Não tem bolo, nem nada
hoje é o dia do mês que imploro
que hora passe apressada.
Hoje era pra ter beijo, abraço
Mas tem o silencioso esvaziar de
mais um maço.
É sempre assim. Dia 15 esperando
o telefone tocar.
Ele não toca. Dia 16 chega
e nada da espera cessar
Enfim dia 17 bate na porta
e eu desejo-me morta
antes mesmo de ele acordar.
No espaço de dez meses
Dia 17 foi de festa à saudade
Foi se desfazendo o amor
e virando insanidade.
Foi virando um poço artesanal de dor
que vem destruindo a minha mísera felicidade.
Dia 17, ou como o chama, nunca mais.
Porque as chances de nosso nós,
sei que aqui jaz.


Por Psy O.L

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Não consta no cardápio

Sentou-se na mesa e logo o garçon lhe atendeu já entregando-lhe o cardápio em uma capa de couro cheio de manchas de gordura.
Olhou com seus olhos foscos e chorosos, tristes e cansados o couro preto e abriu.
Leu do começo ao fim, do fim ao começo. O garçon voltou a sua mesa.

- Já decidiu qual prato deseja?
- Não.

O garçon se retirou.
Releu e releu. Então fechou o cardápio e levantou o dedo. Rapidamente o garçon chegou ao seu lado.

- Pois não?
- Decidi o que quero... Quero na entrada, um prato de amor. Prato principal, problemas acompanhado de sofrimento. A Bebida para acompanhar, um copo de veneno e para sobremesa um tiro no peito.


Por Psy O.L

sábado, 12 de junho de 2010

Feliz dia dos namorados


É hoje, meu amor, que o mundo comemora
o que nós comemoramos todos os dias.
É hoje que eles comemoram o amor entre dois corpos 'almados'
dois corpos reciprocamente amados.
Não nós. Nós comemoramos a nossa sincronia
a cada segundo de cada batalhado dia.
Então acho que deveria eu, dizer em todo encontro nosso,
Feliz, muito feliz nosso dia que vivemos.
Deveria não. Devo. À partir de hoje direi a toda hora
que te amo e te desejarei cada vez mais,
enquanto minha boca te devora.
Abraçarei em meus dedos seu pescoço suado de frio,
e trarei-o até meus lábios lacívos.
Amarei cada gota de você. E brigarei, lutarei
com aquele que tentar tirar-te do meu ver e viver.
Na madrugada, já beirando o amanhecer
deitarei na cama zonza,completamente entorpecida
mesmo tendo me afastado temporariamente de você.
Apresentarei-te a todos que não lhe conhecem.
Sei que caberá a eles gostar ou não.
Mas se não gostarem, melhor. Terei mais de você em mãos.
Deitarás em minha cama sempre!
Junto a mim. Estará sempre dentro de mim.
No coração, na cabeça, nas voltas do estômago nervoso,
No tremer que meu corpo treme, quando fica por ti ansioso.
Em qualquer canto do mundo que seja,
no bar sozinha ou acompanhada, na mesa, na bandeja, na escada
Direi sempre que te amo, minha cerveja loira safada!

Eu realmente amo e vou casar com essa bebida!
E tenho razões. Veja bem.
Ela não fala, não briga, não faz cena.
Só me serve quando eu quero, quando não quero
se ausenta.
Ela não chora, não se confunde, não me magoa.
Só me alegra, me deixa feliz
do tipo boba rindo à toa.
Diga-me, porque não fazer dela minha patroa?


Com muito humor e carinho, Feliz dia dos namorados!

Por Psy O.L

terça-feira, 8 de junho de 2010

Fantasia vs. realidade

Não cabe bem na realidade o que penso em relação a nós. É improvável, bem do tipo quase impossível, os pensamentos e imagens que tenho aqui dentro serem reais. Imagine você, como seria real um dia sem nossa guerra? Um dia sem você gritando e afinando a voz. Um dia sem eu me estressar com você. Utopia pura, eu sei. Um universo paralelo que seria mais ou menos assim...

Nós em um dia de sol frio, fresco num fim de tarde de inverno. Sua mão entrelaçada, cruzada e suando a minha e nossos passos sem pressa em um caminhar sem rumo. Nosso caminhar despreocupado e lento diria " Pressa, pra que? Tenho aqui do meu lado o que tanto corri pra alcançar." Nesse caminhar apaixonado, abobalhado seríamos levadas até um lugar em que o pôr-do-sol seria um trailler que nos convida a ver o que há no paraíso.
Eu sentaria nas pedras próximo a quebrada das ondas para respirar a maresia. Você, fresca do seu jeito chato, se esconderia colando e encolhendo todo seu corpo ao lado do meu. Eu passaria meu braço sobre seu ombro e depois de um tempo, você esqueceria suas frescuras, sairia do seu esconderijo. Escorregaria para minha frente, deitaria em meu corpo envolvendo seu corpo em meu abraço e deixaria seu ouvido próximo aos meus lábios. Eu suspiraria em um breve sorriso escondido no canto do rosto enquanto observaria a tela de cores se corando, mudando do amarelo para o rosa, do rosa para o laranja e do laranja para sabe-se lá pra qual cor. Então colaria minha boca em se ouvido, daria um leve aperto no seu corpo puxando-o contra o meu, e me entregaria soltando palavras. " Engraçado como essa tela colorida nunca me pareceu tão bela!... Acho que sem você, minha vida se resume em uma só linha rabiscada em preto e branco!"
Você, sem palavras, sorriria. Olharia meu olhar apaixonado e me beijaria. Ainda sem palavra, recuaria o rosto e diria:" Não sou poeta nem sei falar coisas bonitas. O máximo que consigo é dizer que você é tudo pra mim. E que se só temos uma certeza na vida que é a morte, então eu digo que tenho duas. Uma é a morte. A outra é que eu amo você!". Eu sorriria desorientada de tanta felicidade e responderia que também te amo. Nos calaríamos saboreando a química do nosso beijo e ficaríamos ali até o anoitecer. Então recolheríamos nossos corpos extasiados, dopados por tanto amor e ternura, em direção ao nosso lar.

... Na minha ideia seria assim que todos os meus dias iriam acabar.
Imaginar uma fantasia não faz mal a ninguém.
Mas a realidade, sim.


Por Psy O.L

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"O meu amor agora está perigoso. Mas não faz mal, eu morro mas eu morro amando".
- Agenor de Miranda Araújo Neto.


Disse tudo por mim, Cazuza.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ser humano

Ser mutável em carácter, em aparência,
em convivência.
O ser humano vive em cárcere, se aprisiona
entre definições que se faz
Necessita esconder as imperfeições
em desculpas que já nem colam mais.
O ser humano se ilude.
Gosta de viver da doce ilusão de acreditar
que de fato, não vivemos em vão.
O humano ilude qualquer um.
Gosta de controlar as pessoas ao seu redor.
Gosta de humilhar um pobre apaixonado.
Gosta de fazer com que ele se sinta
cada vez pior.
Mas esses humanóides sem pena, amam.
Como qualquer um, se enganam.
Se apaixonam por um humano
sem carácter digno de paixão,
e na ilusão, choram.
Choram na angustiante dor da solidão.
Afinal, são humanos como qualquer um
Presos as regras da humanidade,
Banal como um humano comum.
O ser humano só ama e sofre sem glória.
Finge ser feliz, mas quando deita, chora.
O ser humano é assim.
Ilude, se ilude e vai se esgueirando
em beiras sem eiras, vai se apoiando,
tropeçando, chorando, vai se virando.
Porque no final, ganhando ou roubando,
matando ou cuidando,
vai ser vivendo e amando
que vai morrer por ser humano.

Por Psy O.L

Malditos humanóides!
Por isso, sou uma Annoying Orange...
- HEY, HEY APPLE!

Entenda porque...