domingo, 30 de maio de 2010

Eu e você

Lembrando-me, dei-me conta do tempo.
Lembrei que existe esse espaço
contando nossos passos e momentos.
Começou a tantos anos atrás,
tantas brigas, intrigas
Tantos inícios e finais.
A cada início, a eterna euforia
que se acabava em um término
com banho de águas frias.
E de mágoas eu me enchia.
A cada término saudades.
Nas saudades, sobrava em minha casa
a metade do dobro da minha sanidade.
Era eu, a figura da sobriedade.
Era uma loucura essa minha semana sem você.
Era insano querer e não poder lhe ter.
Então vinha fim de semana.
Aí sim. Finalmente voltava a beijar
a saliva da boca que nunca cansei de beber.
Tantos altos e baixos.
Tantas noites dormindo feito despacho
num canto qualquer
destruída por seus estragos.
Porém, tantas noites maravilhosas
no êxtase do ápice de uma alegria
fervorosa.
E assim passaram quatro anos, meu amor.
Quatro anos de 'Eu e você'
De beijos gelados, molhados e suor.
De paixão ao primeiro contato,
quatro anos que me entreguei sem dó.
É. Não há segundo no mundo que eu não a deseje,
ou seja,
vamos deixar que seja sempre
você entregue a mim de bandeja
Ah, meu amor... Em qualquer noite, qualquer bar
Que seja sempre eu e minha loira, a cerveja.



Por Psy O.L

Ps: Minha maior obra. HAHAHAHHA

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dei um tempo.

Sabe, dei um tempo.
Quero dizer... uma brecha de horas contadas
semanas anotadas, quinzenas passadas.
Dei uma pausa, sabe?
Cansei de sentimentalismo
enjoei de carinho, beijinho, amorzinho.
De chorar no cantinho e ser um ser tão 'inho'.
Cansei de escrever sobre ser só
sobre paixão, coração e solidão.
Cansei de dizer que amo em vão.
Então dei um tempo, uma pausa, uma brecha.
Um curto período de tempo
até sentir falta do brega.
Até querer amar de novo
Ate sentir vontade de sentir
de amar um outro alguém e me ferir.
Aí, sim, volto a escrever.
Volto a dizer que amo meu bem-querer
Depois digo que o odeio e quero esquecer.
Até novamente me cansar de amar
e pausar mais uma vez de escrever,
o que o pensamento deseja dizer.


Por Psy O.L

sábado, 15 de maio de 2010

Eu-bar

Enche mais um copo
talvez dois ou até três
e se depois o maldito telefone não tocar,
ela me esqueceu;
traga-me mais seis.
Se tocar e eu só sorrir,
traga seu whisky mais forte
aquele que na primeira tragada vai me desiludir.
Se eu o arremessar na parede
Desce aquele foguinho paulista
pra diluir o ódio
da maldita telefonista.
Se eu não atender, desce água
da bica do bar
fecha a conta e me traz o troco
pra comprar um cigarro que não gosto de fumar.
Se eu só chorar, desce pinga com mel, conhaque e gim
Para tira-gosto aquele clássico mirabel
feche a conta e chame um táxi pra mim.
Mas se eu atender, rir e depois chorar
aí, prepara outra comanda
Pois com certeza ela me deixou
e vou beber até me acabar.


Por Psy O.L

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Narcisismo

Fora em uma noite de inverno, que a vi.
Quase inevitável reparar na sua presença.
Improvável sua beleza, não ser notada.
Então a olhei.
E seus olhos estapiavam os meus,
e tão cintilante era aquele olhar
que por tanto tempo não pisquei
E quase que por apenas uma lágrima, chorei.
Tão linda era, que me apaixonei.
E seus olhos mergulhados em mim
Meus olhos olhando seus lindos fios de cabelo
Curtos, lisos, castanhos e caídos.
A pele quase branca.
Pele de criança.
Rosto de inocência.
Sincronizadamente, fixadas
Nos olhávamos. Nenhuma palavra surgia.
Então o frio daquela noite
Sugeriu que ela fosse minha companhia
E eu, apaixonada e fixada
tomei um passo a frente, e ela dois.
Queria a mim, com eu a ela.
E a cada passo, o palpite do coração
De tão forte, machucava meu peito.
Quanto mais perto dela eu chegava,
Mais o ex barulhento banheiro, ficava quieto.
Então enfim cheguei próximo daqueles lábios
Daquele rosado, quase avermelhado
Que brilhava em saliva
depois que a língua macia, deixou-o molhado.
Fechei os olhos, lancei minha boca.
Mas não a beijei. Tinha entre nós um sólido
uma parede gelada de vidro.
Até que enfim abri os olhos desapontados
E o desejo por ela, em mim, desesperado
Então uma voz soou
e por trás, me alertou:
- Fidalga menina,
O que há de tão doce no espelho
Para que faça com que o beije?


Por Psy O.L