terça-feira, 27 de setembro de 2011

Labirinto de letrinhas

Não há maior gratidão
Do que a minha por ela,
Assim como não há paixão
Tão forte, tão viva, tão bela...
Faltam-me bocas e palavras para descrever.
Sobra-me vontade, mas falta-me
Vocabulário para transparecer
Já que qualquer vocábulo é pouco
Para expressar o que sinto em simples dizer.

Digo apenas o que sei
E sei que nos tantos milhões de hectares
Da terra, não há outra que tanto desejei e outra,
Sei que não encontrarei;
Dentre os tantos litros das aguas em sal,
Não há mulher sereia, não há serpente,
Nem criatura magica existente,
Que tenha para mim, beleza maior ou igual.

Ela é a força dos meus braços que esmurram
As portas da vida quando estas não querem deixar-me entrar.
É a bela e reluzente luz que me guia
Quando a escuridão da incerteza me cega
Com a intensão de confundir meu caminhar.
Ela é a cor que meus olhos fitam,
O puro e doce ar que meus pulmões inspiram.
E expiram.
Ela é no conjunto do meu todo,
O dobro dele e um pouco mais.
É minha vontade, minha sede que não passa,
Minha fome.
E ao mesmo tempo é o alimento
Das minhas necessidades mais vitais.

E com cada texto que escrevo,
Cada poema que ela me inspira,
Cada um desses aglomerados de letras
Que em uma só pagina não fica.
Ultrapassando versos, dobrando paginas e linhas.
Espremendo a letrinha miúda,
Que fica no cantinho, caída.
Vou fazendo rodeios de letrinhas, labirintos sem saída.
Para fazê-la ver e crer, no final,
Que ela é o amor da minha vida.


Por:
Ana Lagedo