segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Era o que eu queria

Olhe como estão vagas essas minhas palavras e falas montadas. Veja bem como falta em cada frase um conteúdo plausível a ponto de prender a atenção de um qualquer se quer. E é o que eu quero. Pois não quero que leiam minhas tristezas, minhas angustias, dores e saudades. Meus prantos em meio a rimas ordenadas em deixas forçadas. Não as lerão mais. Não as tenho mais.
Era o que eu queria.
Agora falta-me estro para cada texto. Inspiração para cada canção. Falta-me sentir o 'faltar'do seu 'eu' em mim. Há agora somente a ausência da ânsia incontrolável que cada dedo tinha vontade de dizer. Não dactilografam mais. Não digitam. Não escrevem. Só repousam e dormem no feliz vazio salutar que é não ter a trigueira imagem de semi-deusa rondando no meu pensar. Era meu penar! E penei... quando aqueles olhos de melado eu revia de olhos fechados sorrindo pra mim. E berrei esmurrando a parede de saudade que senti a cada vez que os olhos fechei e relembrei o beijo, o toque, o amor que não ganhei, mas vivenciei. E perdi. Como todo prazer que ainda rondava em minha mente atordoando, massacrando o peito que chorava de saudade. Ele não chora mais.
Era o que eu queria.
Não ter mais a lembrança. Não pensar mais no que fazer pra não lembrar, pois já não lembro do amor que não vi passar. Passou. E só. Deixou-me, deixou-lhe e se perdeu no espaço de tempo do passado, que por Deus! Quero nunca mais tocar. Quero nunca mais abrir a caixa de pandora que por descuido abri. Sem notar. Machucou. Doeu a cada tapa que a realidade me deu. Esses, que estalados, deixaram marcas que nenhuma cirurgia plástica vai tirar. Cicatrizes profundas que olho nenhum consegue ver. Mas que se olharem nas palavras que meu dedos gritaram, vão entender. Imaginar um pouco do que senti enquanto a estupidez de meu 'eu' insistia em a querer. Acabou. Frases, textos e poemas. Morreu o estro que existia por culpa de um falso 'eu' seu.
Era o que eu queria. Apesar de ser o que eu mais temia.
Não mais escrevo as lágrimas que escorria.
Era o que eu mais queria.
Não mais lembrar, não relembrar, mesmo que ainda a amar.

Por Psy O.L

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