domingo, 29 de agosto de 2010

Covarde

Ah! Nada como refletir em um barco à deriva no oceano. As ondas se chocando levemente contra o barco, o balançar do barco, o vento, os albatrozes...
Nada como perceber que a culpa de tudo é sua. E que na verdade, esta sentindo raiva da pessoa errada. Deveria sentir raiva de si. Raiva da sua própria covardia, da estagnação em relação a uma partida. Raiva de não ter nem ao menos tentado fechar a mão pra evitar que seu lindo passarinho de belas cores, batesse as asas para longe.
Não há nada igual. Perceber que é uma pessoa fraca. Sem força de vontade. A mercê da correnteza lenta, quase parada, da vida. Não há nada igual.
Pena que eu tenha feito tudo na coragem brilhante de expor ate mesmo a cara a tapas.
E corri, quase voei correndo atrás de quem já tinha ido a muito tempo. De quem é fraco, sem força de vontade, sem coragem. Um ser completamente covarde que vive deixando a correnteza carregar um corpo quase morto.
Pena que fechei a mão com toda força pra não deixar aquele belo pássaro voar, mas ainda assim ele me escapou.
Pena que não sou um covarde. Com um outro alguém ou sem ninguém, mas covarde que não sofre.
Não teria nada igual ser um covarde que desama, foge e não chora.

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